quarta-feira, 22 de abril de 2009

KY

Porque quando beijo o Oriente é com todos os dedos/ teu corpo de água em fuga/ nas fronteiras de topázio/ (por mim até onde o cavalo bate a vista)/ silêncio de não sei/ que lua de Saturno/ finitude como desafio à adolescência dos tigres/ em tudo a suspeita costura/ dessa nossa astúcia & desejo
de fundar novas mitologias com sexo de papel

então fui à praia
mas tudo acabou em sacanagem

vaga música n.2 se nos oprime qualquer luar imotivado/ minha saliva hard bop/
tem dias que habito vestido de terça-feira chuvosa
& sou bonita com o que Deus me deu & sonho em que areia te captura a sombra/
para vermos o mar nascer/ eu & tu maior que a paisagem.


Soberba de la Flor, com sangue nos olhos, meados de 70.

sábado, 4 de abril de 2009

Arte Poética ou A Dialética do Fazer Bonito

Morte baiana, mao divina, púrpura/ prisma de estrela, senda filosófica, quero/ teu licor mais amargo, tuas tão sonhadas cores/ âmago soturno, pós-humanitismo/ metapoesia, alma desconstruída, Derrida/ ilusório fetichismo, imposto sonegado, acúmulo/ vidas e mais vidas, ócio criativo, tenho/ tito tudo lento, visão teleguiada/ mas este perfume, animal alado, cheiro/ dedos mensageiros, órgaos salivando, fome/ desespero blue, corte impreciso, merda/ suma sem vergonhas, perca sem dejesos, fume/ todo nosso ópio, ciência, massa/ arte de verdade, genialidade, eu.

A. Cigano, numa noite malucona de 77