sábado, 9 de janeiro de 2010

VIVA A MORTE DO MEU PAU

Ao Nabokov,
com carinho
seu puto.

De cócoras sobre o trem da advertência
Esquecido dos valores que me pregaram à cara
A saliva corroia o cândido dos teus seios
Metros e metros de gozos suprimidos
O silêncio denunciando a corrupção do ato
Tua pura pele manchada pelo prazer
Minhas rugas retornando a meninice
(olhos jovens olhos velhos)
Deixei-me flutuar enquanto tu descias
Egoísticamente
Um único tiro é que salva a vida
Não há resentimento nos desesperados

Tu sempre falavas demais.

A. C., bêbado velho e contente

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